domingo, 11 de abril de 2010

Internet nas eleições 2010 - Políticos nas redes sociais



Faltam ainda alguns meses para as Eleições de 2010, porém, vale destacar que, depois do êxito de Barack Obama, ao alicerçar boa parte da comunicação de sua campanha para a presidência dos Estados Unidos nas redes sociais, é a vez do Brasil ver, com as eleições de 2010, as apropriações desses ambientes virtuais de relacionamento feitas pelos políticos brasileiros. A lei eleitoral, aprovada em setembro de 2009, que regulamentou o uso da internet para campanhas eleitorais, incentivou os políticos a aproveitarem mais as ferramentas de que a web dispõe. Será que essa apropriação irá além das estratégias do marketing político?
Interatividade é a palavra da vez nessas eleições 2010 e ela abarca outras palavras que passaram a fazer parte do mundo político nestes últimos anos: Orkut, Blog, Twitter, Youtube, Facebook, entre outras. Quem ultilizava até então sites, e-mail, poderá participar do boom das redes sociais.
Um artigo do jornalista Marcos Coimbra, publicado no Correio Brasiliense, em outubro de 2009 expõe resultados de uma pesquisa realizada pelo Vox Populi, em setembro do mesmo ano, que cobriu as oito maiores metrópoles brasileiras e o Distrito Federal. No artigo, Coimbra comenta os resultados da pesquisa, em relação aos eleitores na internet. Com um trecho desse artigo podemos contextualizar o que foi exposto acima:
“Em pesquisa recente, vimos que a proporção de eleitores que usam a internet para se
informar sobre política já chega a 36% nas principais regiões metropolitanas do país.
[...]
Quase dois terços dessas pessoas se informam exclusivamente em sites de notícias
e blogs jornalísticos, enquanto que 7% utilizam somente as redes sociais, como Orkut, Facebook e Twitter com essa finalidade. Os 29% restantes combinam as duas possibilidades. São eleitores que acessam a rede com muita intensidade: cerca de 70% dos que procuram nela essas informações dizem que navegam “todo dia ou quase todo dia” com esse intuito”.

É notável a crescente presença dos assuntos políticos nas redes sociais e neste contexto surgem ferramentas como o Politweets, que contabiliza a participação de políticos no Twitter, reunindo os perfis dos políticos e mostrando o que estes têm divulgado no microblog. Até o momento desta postagem, a ferramenta contabilizou 250 deputados federais, 65 vereadores, 34 deputados estaduais, 32 senadores, 11 prefeitos e 4 governadores participantes do Twitter. Para acessar o Politweets o link é:http://www.politweets.com.br/home
Uma das funções das redes sociais para a política é aproximar o candidato do eleitorado, ampliando o acesso das pessoas a informações sobre suas ações e opiniões, além do que é fornecido pela imprensa tradicional. Aliás, o que os políticos divulgam nas redes sociais tem sido bastante utilizado como fonte para a imprensa tradicional. No twitter (que é a rede social que está tendo maior repercussão no que se refere a utilização pelos políticos) eles colocam o que “estão fazendo”, falam sobre o dia-a-dia, agenda, projetos, falam também de outros políticos e até sobre seus gostos culturais.
Essas ferramentas, portanto, não podem ser utilizadas apenas para promover os candidatos, mas devem sim ser aproveitadas para a finalidade a que elas se propõem que é promover o diálogo, o que conseqüentemente incentiva a mobilização social, nem que seja, no âmbito virtual. As redes sociais possuem caráter participativo e colaborativo o que permite aos cidadãos interagir com seus representantes, discutirem sobre as idéias que eles expõem e cobrar mais deles também. As redes sociais possibilitam uma comunicação ágil, dirigida, direta, isso facilita que os internautas sanem dúvidas, dêem sugestões, apontem necessidades e façam valer seu direito de expressão. Conseqüentemente, os políticos estão mais expostos e se torna passível retorno imediato a qualquer fato ou declaração que cause indignação. Isso tudo exige dos políticos uma efetiva participação para que sua presença na rede não seja apenas “de fachada”.
Em uma matéria da Veja online, de 17 de junho de 2009, Gaudêncio Torquato, especialista em marketing político, declarou que as redes sociais podem mudar a cultura de participação dos brasileiros no processo político. Para o especialista, "agora, existe a opinião pública virtual, que é muito influenciada pelo que circula na internet". Gaudêncio Torquato ainda salienta que "nunca se viu tanta propagação de mensagens de interesse político na internet: se acontece um escândalo, uma votação polêmica em Brasília, imediatamente as pessoas começam a se manifestar nos blogs e twitters".

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