domingo, 23 de maio de 2010

Ciclo de vida das redes sociais?


Uma matéria do portal de notícias G1 discutiu se a popularidade das redes sociais acabaria incomodando os usuários “pioneiros” ou “veteranos”, como são chamados na matéria, provocando uma mudança destes para novos ambientes virtuais.

Após observar comentários que alguns leitores fizeram em matérias anteriores do Portal G1 sobre redes sociais (os leitores fizeram comentários como “O Orkut é brega”, “Facebook é a bola da vez” e “Orkut sucks, Twitter rules”, “Orkut é péssimo, Twitter domina” e ainda “peço às autoridades jornalísticas que parem de divulgar o Twitter no Brasil. Já basta o Orkut ter sido infestado dessa ralé”), a jornalista apontou um comportamento que estava se destacando na web brasileira: aqueles que aderem primeiro a uma rede social torcem o nariz ao ver seu “clube virtual” ser invadido. Ou seja, a popularidade de uma rede social incomodaria aos usuários pioneiros da rede.

Segundo a matéria, quando isso acontece, os pioneiros optam por abandonar o ambiente (ação conhecida como Orkuticídio, quando no Orkut) ou deixam de atualizar seus perfis com tanta frequência, geralmente investindo em algo novo. Essa debandada já foi vista no Orkut -- quando seus usuários partiram em busca do MySpace, Facebook e afins, e conforme exposto na matéria, começava a dar sinais no Twitter (vale destacar que a matéria é de março de 2009).

A matéria mostra ainda que um blog sobre cultura pop teria feito uma previsão do que acontecerá no Twitter, com base na experiência testemunhada no Orkut. Segundo o post, adolescentes marcarão briga usando o Twitter, surgirão os twitts pagos, o Google vai comprar o Twitter, estrangeiros vão discriminar brasileiros, casais de namorados brigarão por coisas que foram escritas no Twitter dos outros, uma enxurrada de perfis de gatos, cachorros e bebês serão criados e -- é claro -- usuários cometerão “twittercídio”.

Contudo, a própria matéria mostra que essa tendência não é reconhecida por todos.
O professor e pesquisador Silvio Meira não acredita que sites de relacionamento sejam abandonados porque se tornam populares. “O pessoal que começa a rede tem acesso a essa tecnologia em estado alfa e beta, quando os demais usuários ainda não estão lá. Se os early adopters não estiverem usando os sites como parte do que seriam processos essenciais para seu trabalho e vida, não há razão para permanecerem lá, onde nada os prende”. Meira, que é professor de engenharia de software do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife, e cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, argumenta que ninguém sai de um site de redes social de uma hora para outra por causa do custo relativamente alto envolvido nesse tipo de mudança, como mensagens que enviamos, que recebemos e muitas pessoas que conhecem aquele endereço. A mudança envolve com maior evidência, em sua opinião, a perda de interesse na rede social.

Já Emerson Calegaretti, diretor-geral do MySpace no Brasil, confirma, na matéria, a existência dessa tendência da ressaca das redes sociais:
“Para uma pequena parcela da população, ter acesso exclusivo a um produto ou serviço tem muito mais valor do que sua utilidade ou benefício percebido”, afirma. “Os early adopters [adeptos às novidades] usam os sites de relacionamento como símbolo de status. Pertencer a uma rede que ninguém conhece ou usa torna essa pessoa um desbravador, um conhecedor de mistérios herméticos que os demais ainda não conhecem.”

No entanto, cabe observar que o sentido de existir de algumas dessas mídias sociais, como o Twitter, por exemplo, não seria o mesmo se fosse só para poucos “privilegiados”. Outro aspecto que deve ser pensado são as apropriações que são feitas das redes quando de suas popularizações.
Enfim, seria essa tendência resultante de um comportamento elitista que se transfere para as mídias sociais? Ou simplesmente uma vontade de alcançar novidades, uma mania de desbravar ambientes ainda pouco “explorados”? Ou a essência da questão são os maus usos que passam a ser feitos das redes, em alguns casos, como os spams, entre outros, que incomodam a tantas pessoas?

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL1051970-6174,00-POPULARIDADE+DAS+REDES+SOCIAIS+CAUSA+RESSACA+EM+SEUS+VETERANOS.html

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